A popularidade e quantidade de filmes de guerra são absurdas, isso é inegável. A cada ano, diversos projetos são lançados e acabam conquistando espaço no coração do público por trazer não apenas belas paisagens ou momentos de tensão, mas também por falar sobre sacrifico, família e promessas.

Também é inegável que, com a enorme quantidade de serviços de streaming, os lançamentos são constantes, e precisamos dedicar um tempo muito maior para conseguir acompanhar pelo menos os principais filmes ou séries lançados. Mas para mim, a maior vantagem de existir essa diversidade de plataformas que trazem conteúdo original é que, se não fosse a Netflix (nesse caso), seria muito complicado de assistir, ou até mesmo ficar sabendo, dessa produção da Noruega, que vale muito a pena ser assistida. 

Narvik conta uma história real, situada na segunda guerra mundial. Sendo uma pequena cidade Norueguesa, era um ponto estratégico para a Alemanha nazista, e acaba sendo a primeira “queda” de Hitler durante esse enorme conflito. 

É importante ressaltar, que diferente de diversos outros filmes desse gênero, Narvik tem um contraste interessante: Ingrid é uma jovem mãe, que cuida de sua casa e de seu filho, enquanto Gunnar, seu marido, foi lutar na guerra. Durante um determinado momento, Ole, o filho do casal, precisa muito de acompanhamento médico, e Ingrid, desesperada, acaba fornecendo informações importantes para o exército alemão, em troca de ajuda para seu filho, acontecimento que é confrontado por seu marido, após ele retornar de uma batalha. É interessante tocar neste ponto, já que o filme explora a dualidade não apenas de uma guerra, mas no desespero que isso causa nas pessoas que convivem diretamente com ela, e no que cada um pode fazer pra defender o que mais ama, até mesmo ajudar o maior inimigo, para o bem de um filho. 

Com uma direção precisa de Erik Skjoldbjærg, diversos pontos técnicos do filme merecem destaque. Dentro de uma bela ambientação, as lindas paisagens acabam se tornando parte importante da trama, como o mar, a neve e as montanhas. Os confrontos também são bem coreografados, assim como os atores entregam boas perfomances. 

Talvez o único ponto que deixe um pouco o ritmo cair, é a divisão em que o roteiro cria para contar essa história. Com seu início e final contado através de uma narração e imagens reais (já que o filme é baseado em acontecimentos reais), a trama é dívida quase como em capítulos para contar o que acontece com a Ingrid, e em outro momento, com Gunnar. Talvez ficaria mais dinâmico intercalar as duas histórias, até o momento em que elas se encontram no ato final. Isso não é exatamente um defeito, visto que essa opinião certamente vai variar muito de pessoa para pessoa, mas eu senti uma queda no ritmo do longa entre essas “trocas” de histórias durante o filme. 

Narvik é uma ótima oportunidade para assistir um filme que se passa na segunda guerra mundial, e é contada por um novo ponto de vista, além de trazer questões importantes como família e escolhas.

Nota: 8

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